Not mine for today xD

Eu sei que tenho aqui pouca coisa minha, por isso pensei "e que tal agora não pôr nada sobre mim?". Por isso decidi colocar aqui alguns poemas da minha poetisa favorita, a Florbela Espanca :) fora daqueles momentos pelos quais passo ou alguém muito próximo passe, esta poetisa é sempre uma inspiração para mim devido à forma como realça certos sentimentos, em especial o amor... Pode não ter vivido muito tempo, mas as palavras foram fortes (e continuam a ser)... A poesia dela vai continuar sempre viva :D

Espero que gostem ^^

Os versos que te fiz

Deixa dizer-te os lindos versos raros

Que a minha boca tem pra te dizer!

São talhados em mármore de Paros

Cinzelados por mim pra te oferecer.

Têm dolência de veludos caros,

São como sedas pálidas a arder...

Deixa dizer-te os lindos versos raros

Que foram feitos pra te endoidecer!

Mas, meu Amor, eu não tos digo ainda...

Que a boca da mulher é sempre linda

Se dentro guarda um verso que não diz!

Amo-te tanto! E nunca te beijei...

E nesse beijo, Amor, que eu te não dei

Guardo os versos mais lindos que te fiz!

Diz-me, Amor, como te sou querida

Dize-me, amor, como te sou querida, Conta-me a glória do teu sonho eleito, Aninha-me a sorrir junto ao teu peito, Arranca-me dos pântanos da vida. Embriagada numa estranha lida, Trago nas mãos o coração desfeito, Mostra-me a luz, ensina-me o preceito Que me salve e levante redimida! Nesta negra cisterna em que me afundo, Sem quimeras, sem crenças, sem turnura, Agonia sem fé dum moribundo, Grito o teu nome numa sede estranha, Como se fosse, amor, toda a frescura Das cristalinas águas da montanha! Quem? Não sei quem és. Já não te vejo bem... E ouço-me dizer (ai, tanta vez!...) Sonho que um outro sonho me desfez? Fantasma de que amor? Sombra de quem? Névoa? Quimera? Fumo? Donde vem?... - Não sei se tu, amor, assim me vês!... Nossos olhos não são nossos, talvez... Assim, tu não és tu! Não és ninguém!... És tudo e não és nada... És a desgraça... És quem nem sequer vejo; és um que passa... És sorriso de Deus que não mereço... És aquele que vive e que morreu... És aquele que é quase um outro eu... És aquele que nem sequer conheço... Doce Certeza Por essa vida fora hás-de adorar Lindas mulheres, talvez; em ânsia louca, Em infinito anseio hás de beijar Estrelas d´ouro fulgindo em muita boca! Hás de guardar em cofre perfumado Cabelos d´ouro e risos de mulher, Muito beijo d´amor apaixonado; E não te lembrarás de mim sequer... Hás de tecer uns sonhos delicados... Hão de por muitos olhos magoados, Os teus olhos de luz andar imersos!... Mas nunca encontrarás p´la vida fora, Amor assim como este amor que chora Neste beijo d´amor que são meus versos!...                                                                                                      Pensativa: Su ^^