domingo, 12 de setembro de 2010

Como um chapéu novo traz novas inspirações

Aposto que não perceberam o que quero dizer pois não?
Bem, ontem quando fui à rua com a minha mãe e com as nossas duas cadelas, decidi que ia levar também o meu chapéu novo, que comprei no mesmo dia, na bershka do oeiraspark. Tava tão calada que só olhava para as pessoas que passavam e ficava a pensar "será que gostam de me ver com este chapéu?". Já não era a 1ª vez que isto me acontecera, mas no entanto pensei "olha vou escrever um texto de reflexao" xD não tem nada a ver uma coisa com a outra, mas vindo de mim já é esperado ter ideias que não tem nada a ver com situações pelas quais passo ou não. Então foi isto que me saiu:



"Olho e nao vejo nada"

"Quando cheguei a este mundo e abri os olhos, havia certas pessoas que ficavam presas no meu pensamento. Essas pessoas eras aquelas a quem podia chamar familia. Elas olhavam para mim e diziam coisas simples como "que carinha bonita" ou "sai mesmo ao pai (ou a mãe, dependia das pessoas)". Mas nessa altura limitava-me a ser a "queridinha" de toda a gente.
Entretanto comecei a deixar de ser pequena. À medida que fui crescendo fui abrindo cada vez mais os olhos para a realidade, aprendendo com tudo o que passa por mim, cada coisa mais lenta que outra, ou rapida quando o tempo decidia.
Fui conhecendo pessoas. Todo o tipo de pessoas. Passei por umas que diziam "é a melhor amiga de sempre" ou entao "se és amiga dele/a, já não sou teu/tua amigo/a". Quando diziam "tens talento para isto", no minuto a seguir diziam "sou melhor do que tu". Agora pergunto-me qual seria o objectivo dessas pessoas? Elas queriam ter amigos a serio, com quem partilhar praticamente tudo, confiar, divertir... ou queriam ter alguem para deitar abaixo, sentindo-se superiores aquilo que realmente são? Querem saber o que é que me salvou? Uns binoculos que comprei na disneyland paris e umas bolachas deliciosas.
Quando o meu ritmo de crescimento começou a diminuir e as minhas curvas se comearam a formar, comecei a deixar de ver literalmente, tendo de usar um certo acessorio que certas pessoas substituem por lentes de contacto. Deixei de subornar as pessoas com os meus bens materiais e tentei começar a ser eu própria, mas ao aperceber-me que olhavam para mim como se fosse um extraterrestre, comecei a ficar cada vez mais reservada. Não demorou muito ate que isso acontecesse, mas isso nao me impediu de conhecer pessoas que me surpreenderam pela positiva (e infelizmente pela negativa). A única coisa que me arrependo é de não ter sido sempre eu própria.
Com os anos a passar continuei sempre a mesma enquanto pegava na primeira roupa que me saia do armário, até que um dia descobri aquilo que gostava mesmo. Enquanto ouvia o seu som, relaxava-me, pensando em todas as coisas positivas que a vida tinha para dar... e foi entao que entrei nesse mundo. Aprendi a tocar piano, aquilo que posso considerar o melhor amigo dos músicos :) Mais tarde descobri o som que mais me arrepiara, me assutava e me libertava dos pensamentos mais vazios. O famoso ditado "sex, drugs and rock and roll (retirando o sex e o drugs)" transformou o meu guarda roupa, pintando-o de preto, deixando pequenas marcas azuis, rosas, verdes, roxas, etc. Depois de ter passado por maus bocados por causa disso, decidi realçar os meus traços favoritos, sem me gabar, os meus olhos. Guardei os oculos no estojo e segui a minha vida....

Tenho só 16 anos e sou muito nova para falar ja da minha vida toda. É verdade que nao tenho muito para contar, admito. Mas para mim nada disso interessa. Para mim só de interessa uma coisa, uma única coisa. Sou diferente. Não sou como os outros. Não sou nem quero. Só à pouco tempo é que aprendi a ser eu própria, e foi só a pouco tempo por culpa minha. Se eu nao tivesse pensado só na opinião dos outros durante a minha infância, ok podia acontecer não me aceitarem tão bem como me aceitaram, mas pelo menos mostrava que tinha (e tenho) direito em mostrar quem sou na realidade e que não sou uma cópia de mais 1 milhão de pessoas de várias idades.
Agora uso muita roupa preta, e se não a usar uso maquilhagem escura. Uso laços vermelhos. Uso chapéus. Uso ténis rasgados. Gosto de música pesada. Não gosto de britney spears ou de justin bieber. Tenho várias personagens irreais dentro de mim. Quero seguir música, correndo riscos muito grandes. E depois?? Há algum mal disso?? Olho à minha volta e vejo tudo igual. Nada único. Posso dizer que nao vejo nada....

Chamam-me estranha... mas eu não digo estranha, digo diferente."

Escrevi isto ontem a noite, mas só hoje é que me apercebi duma coisa: eu estou a dizer que prefiro continuar a ser como sou quer gostem ou não, mas continuo a fazer perguntas a mim própria ou até aos outros do género "que acham disto ou daquilo", tal como fiz ontem a mim própria em relação ao chapéu. Se calhar não estou 100% certa, se calhar ainda sou um bocado insegura em relação ao meu visual, mas pode ser que um dia me habitue, visto que gosto de usar chapéus, laços e roupa preta :)
No entanto estou 100% segura em relação à minha maneira de ser, e ninguém me pode impedir de ser quem sou, quer seja a rapariga mais bondosa do planeta, quer seja a pior pessoa que alguma vez conheceram...

O que é que isto tem a ver com o chapéu? Nada. Mas que gosto dele e vou continuar a usar? Obviamente que sim :)

                                                          Confusa (e se calhar confundo os outros): Su ^^

                                                                                                              

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